Rio Homem junto à Ponte Nova na freguesia da Loureira
Os nossos alunos escutam com muita atenção as explicações do Dr. Armando Carvalho.
Na passada segunda feira, dia dezoito de novembro e no âmbito das atividades promovidas pelo Projeto Eco-Escolas da EBVV, tivemos a oportunidade de realizar uma "Ação de Sensibilização sobre o controlo de Espécies Invasoras"e uma visita ao rio Homem para identificar alguns Macroinvertebrados, para servirem de Indicadores (bioindicadores) da qualidade da água. Esta atividade desenvolveu-se em articulação com a Câmara Municipal de Vila Verde. No início da tarde tivemos a presença da srª Vereadora da Cultura e de alguns técnicos ambientais da Câmara Municipal de Vila Verde, no entanto coube ao Dr. Armando Oliveira Carvalho (coordenador da ação de recuperação do Rio Cávado), técnico do município de Barcelos a nobre missão de apresentar no Polivalente, e na presença do sr. Diretor do Agrupamento, uma palestra sobre o "controlo do jacinto aquático" nas águas do rio Cávado. Esta espécie, o jacinto aquático, é natural da Amazónia, mas como existia em pequenos lagos particulares, nos anos de cheias "passou clandestinamente" para o próprio rio Cávado. Devido à sua grande capacidade de reprodução consegue em poucas semanas "entupir o rio" de forma a impedir que a luz natural penetre nas águas do rio, o que leva à não realização da Fotossíntese pelos organismos fotos-sintéticos existentes neste mesmo habitat. Depois desta interessante Palestra, deslocá-mo-nos ao rio Homem, zona da Ponte Nova na freguesia da Loureira. Nessa zona o Dr. Armando, convidado pela Câmara Municipal, calçou as galochas e com uma rede pequena deslocou-se às margens e recolheu alguns "seres vivos", nada mais nada menos que larvas de insetos, pois uma forma de avaliação da qualidade das águas consiste no uso de indicadores biológicos, em especial de macroinvertebrados bentónicos. São organismos que habitam no fundo e nas margens do rio junto aos sedimentos. As suas características morfofisiológicas, a sua natureza sedentária, o seu ciclo de vida longo e a sua fácil visualização e identificação, atribuem a estes organismos uma grande capacidade de bioindicação.
Palestra sobre "Controlo de plantas invasoras" com a presença do sr. Diretor e da vereadora da cultura, Drª Júlia Fernandes.
Espécie invasora, Myriophyllum aquaticum (pinheirinha) retiradas das margens do rio Homem
Macroinvertebrados não insetos (lista para identificação).
Macroinvertebrados Insetos e moluscos (lista para identificação).
De entre os macroinvertebrados bentónicos existem os insetos aquáticos (fases larvar e adulta), os anelídeos (minhocas, sanguessugas, …), os moluscos (mexilhões e caracóis de água doce) e os crustáceos (lagostins, anfípodes,…). Por serem sensíveis à poluição, alguns macroinvertebrados bentónicos são utilizados como bioindicadores para avaliar a qualidade da água. Com o conjunto de macroinvertebrados colhidos no rio poderemos afirmar que naquele momento o estado das águas não era mau. Como tal deveremos continuar a zelar por este rio que entre muitos aspetos fornece água para o consumo doméstico de todos os habitantes do Concelho de vila Verde.
O Dr. Armando com a sua rede procura apanhar macroinvertebrados do rio Homem
Açude no rio Homem junto à Ponte Nova na freguesia da Loureira, zona de estudo para recolha de macroinvertebrados.
Tabelas de presença/ausência de macroinvertebrados e a qualidade da água
Larva de Libélula retirada do rio Homem.
Larva de Donzelinha retirada do rio Homem.
No final, ainda nos deslocamos com a brigada dos sapadores florestais, sob a orientação do Dr. Luís Preto, para uma margem do rio homem com algumas "Mimosas", espécie invasora que necessita de controlo. Aí observamos a"Técnica" usada pelos sapadores florestais para as "eliminarem" de uma forma fácil e eficaz estas plantas invasoras (retira-se a "casca" da árvore desde a base até cerca de 1,5 m, depois é só esperar, pois a planta irá morrer por falta de seiva elaborada nas raízes, já que os "tecidos floémicos" foram destruídos). Genericamente, o termo "casca" engloba todos os tecidos exteriores ao câmbio vascular que envolvem o tronco, os ramos e as raízes da árvore (Esau, 1974; Evert, 2006). A casca pode ainda dividir-se na chamada casca interna, que inclui o floema condutor de seiva elaborada e a casca externa, que engloba o floema não condutor, a periderme e o ritidoma. A distinção entre estas duas cascas, interna e externa, pode, contudo, não ser possível em algumas cascas. (Esau, 1974; Evert, 2006).
Em suma esta atividade de campo foi considerada muito interessante pelos alunos e também pelos professores presentes. Os alunos revelaram todos muito interesse e motivação. Será no entanto uma de muitas outras atividades que pretendemos promover no âmbito do Projeto Eco Escolas ao longo deste ano letivo.
Mimosas com o tratamento "da morte"
Mimosas com o tratamento "da morte"
"Experiência" do Transporte de seiva no Floema de um caule
Os alunos observam com atenção as explicações dos técnicos florestais.
Até breve e pensem bem antes atirarem algum objeto para o rio ou outro curso de água, pois se não for "biodegradável" irá poluir de certeza esse sistema aquático ......................... Água é fonte de Vida!
Luís Beleza Vaz
(professor do grupo 230 )
Senhor Professor, queria dizer que a atividade foi excelente e aprendemos muitas coisas que a maioria ( acho eu ) desconhecia. Foi uma das melhores aulas de ciências que já tivemos. Eva 5ºB